Texto por Eduardo Bento, também disponível em http://database.fm/gaspacho
GASPACHO é um grupo do whatsapp com Eliza Möller e Juliana Trevisan, amigas virtuais que se encontraram uma vez na vida e outra na morte. Após dois anos de papos aleatórios e textos que renderam zines feministas, Juliana enviou algumas baterias gravadas no próprio celular em janeiro de 2020 e Eliza complementou com baixo e muitas guitarras. Depois, vieram as letras e vocais. Em nenhum momento, a dupla conversou sobre quais seriam as influências. Ao anexar as batidas, Juliana, que toca na Black N.3 e After Fascism Comes Aliens, costumava apenas sugerir a vibe para cada canção – dark, triste, suspense etc. Disposta a fazer mais barulho do que nas gravações da Olympia Tennis Club, Eliza buscou inspiração em nomes como Free Kitten, Pussy Galore e Frumpies, sempre mantendo a simplicidade de quem tem Beat Happening como banda favorita.
Nem tudo saiu como planejado. A bateria de Pandemônio trazia o aviso “possibilidade de música triste”, mas começa tão acelerada que logo descambou para um punk rock com ares de Replicantes, Cólera e afins. Eliza narra um episódio de repercussão internacional que aconteceu em seu bairro e alterou os rumos da trágica eleição de 2018. Graças ao refrão, o projeto despretensioso produziu um hit em potencial que se tornou o primeiro single de um disco previsto para o início de 2021.
Pandemônio foi lançado por dois selos do interior de Minas Gerais no dia 13 de novembro de 2020. A Pug Records é de Juiz de Fora, cidade da Eliza. A Rapadura Records é de São João del-Rei, onde Juliana faz faculdade. Todos os envolvidos fizeram uma vaquinha para que a faixa pudesse ser masterizada em São Gonçalo, RJ, sob os cuidados de Victor Damazio (Sereno e the breakup suite).
Assista também o lyric video do single, feito por Eliza Möller e Eduardo Bento:
Gaspacho - Pandemônio
Letra, voz, guitarra e baixo: Eliza Möller
Bateria: Juliana Trevisan
Mixagem e masterização: Victor Damazio
Capa: Eliza Möller e Eduardo Bento
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