Texto por Juliana Trevisan
Charlotte Matou um Cara é uma banda punk feminista formada em 2015 que grita pelo fim de desigualdades sociais, do patriarcado e misoginia. No último dia 7, em meio ao caos e bizarrice de protestos do carnagado contra o Supremo Tribunal Federal, Charlotte nos deu um respiro e mais gasolina pro nosso molotov: Atentas, o segundo álbum da banda.
Extremamente vívido e explosivo, Atentas é um manifesto de representação e inspiração pra sobrevivência diante da onda conservadora, golpista e extremista que nos ronda. É como se segurassem nossa mão enquanto estamos já afogadas e com a vida por um fio e nos puxassem com toda força a superfície, não pra avisar que a água está abaixando e agora é seguro, mas pra nos colocar em um barco com milhares de pessoas e seguir lutando contra a maré até o fim.
Em composições raivosas e diretas, Charlotte nos leva a discussões sobre feminicídio, perda de direitos, homofobia, antifascismo e ataques fascistas e ainda trazem nomes de vítimas da ditadura militar em 1964, citações feministas como a de Simone de Beauvoir "Basta uma crise política, econômica e religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados" em Atentas, e nomes de outras bandas punk feministas no cover de Os Replicantes, Festa Punk.
As gravações de Atentas foram feitas em 3 dias durante a pandemia no estúdio Santa Cecília, seguindo todos os protocolos de segurança contra a Covid-19. A formação atual traz Andrea (vocal), Dori (bateria), Camila (baixo) e Nina (guitarra). O álbum foi produzido por Mari Crestani (Une Queer Band), mixado por Malka Julieta e a arte da capa e das recompensas do financiamento coletivo feito para a produção do disco são de Amanda Miranda.
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