A relação entre as mulheres e a música é poderosa, mas culturalmente ambígua. No âmbito privado, às mulheres foi destinado o lugar de tranquilidade e passividade, enquanto aos homens a posição de virilidade associada à raiva. Logo, o rock pode ser visto como um espaço majoritariamente masculino, pela suposta postura agressiva dos instrumentistas e do público. Mas é claro que isso é apenas uma falácia machista e a ideia vem mudando ao longo dos anos.
Já na década de 1970, Poly Styrene lutava pelo direito de gritar e falar sobre suas vivências enquanto mulher negra nas letras da banda X-Ray Spex. Ela é vista como a primeira riot grrrl, quando o movimento ainda não havia se consolidado. Nos anos 90, jovens norte americanas fundaram então o movimento musical associado a seus princípios e estavam levando o feminismo para outras meninas e mulheres.
O movimento riot grrrl desceu o hemisfério e chegou ao Brasil através de k7s e zines, encontrados principalmente nas grandes capitais como São Paulo e Brasília. Nasceram assim as icônicas Bulimia, Dominatrix, TPM e Hitch Lizad e as ainda ativas Anticorpos e Cosmogonia.
Pra conhecer mais sobre esse momento e as trajetórias das mulheres que tomaram a frente dos palcos da época recomendamos o documentário "Faça Você Mesma", da Letícia Marques.
Agora com a facilidade para gravar a própria música em casa e distribuí-la, as bandas femininas e feministas aumentaram ainda mais. A rede de apoio entre mulheres musicistas e compositoras é reforçada diariamente, na medida em que compreendemos que não estamos competindo mas sim unindo forças para ocuparmos cada vez mais espaços no meio musical.
Pra comemorarmos o Dia Internacional das Mulheres gostaríamos de indicar 50 bandas nacionais com mulheres na formação, ouça no link abaixo:
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Texto e curadoria por Juliana Trevisan
Imagem de capa: Charlotte Matou Um Cara (Foto: Andréia Assis)
Baita trampo!